Homenagem a um grande Homem: Vítor Baía

Hoje às 18h em conferência de impressa no Estádio do Dragão na companhia do grande presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, Vítor Baía anunciou o fim da sua carreira como jogador.

Nascido no 15 de Outubro de 1969 em Vila Nova de Gaia, ele começa a jogar futebol no Académico de Leça. Os olheiros portistas vêem em ele muitas qualidades e aos 13 anos (1982 - ano da da 1ª eleição do Pinto da Costa) muda-se para o FC Porto. Na véspera do jogo em Guimarães, no último treino, o guardião polaco Joseph Mlynarczyck, titular da baliza portista e campeão europeu pelo Porto em 1987, lesiona-se - uma fractura acromio-clavicular - e com a suspensão do outro guarda-redes Ze Beto (que viria a morrer nesse ano num acidente de viação), o treinador da época Quinito chama o jovem Baía e ele sobe ao relvado como titular no dia 11 de Setembro de 1989. Era o seu primeiro jogo no campeonato principal. O FC Porto empata 1-1 mas fica isento de culpas. A crítica bate-lhe palmas e uma das frases que mais se ouviu nesse dia foi... «aquele miúdo vai longe». O seu primeiro jogo europeu surge dois dias mais tarde contra os romenos do Flacari Morini. Vitória nas Antas por 2-0. Ele estreia-se na Selecção Nacional no dia 19 de Dezembro de 1990 contra os Estados-Unidos com uma vitória lusa por 1-0 em casa.

Ele representou Portugal por 80 vezes e é ainda hoje o guarda-redes lusitano com mais internacionalizaçðes. Ele conseguiu conquistar 31 títulos ao longo das épocas ao serviço do seu FC Porto (1989-1996; 1999-2007) e do FC Barcelona (1996-1999) sendo um dos poucos jogadores a ter vencido a Liga dos Campeðes (2004), a extinta Taça das Taças (1997) e a Taça UEFA (2003).

O seu último jogo foi no dia 20 de Maio de 2007 no Dragão onde estava. Já com o título quase garantido porque o FC Porto vencia por 3-1 ao Desp. Aves, todo o estádio completamente cheio gritava o seu nome e pedia a entrada em campo. Quando ele substitui finalmente o Helton, foi uma verdadeiro festa. Nunca mais esquecerei esse momento. Até o filmei para poder rever as imagens.

Por todos esses feitos, ele é actualmente o jogador de futebol com mais títulos no mundo, ele é um dos melhores guarda-redes portugueses de todos os tempos, o equivalente de Manuel Bento no SL Benfica e do Vítor Damas no Sporting CP e ele representa melhor do que ninguém a mística e a força do Dragão.

Fora dos campos a sua fundação "Fundação Vítor Baía 99" com o objectivo de apoiar as crianças e os adolescentes carenciados das mais diversas formas é a prova do seu grande carácter, da sua grande personalidade e do seu grande humanismo. Ele é um grande Homem e deve constituir para cada um de nós um referência. Sempre o admirei e continuarei a fazer-lo.

Assim sendo a sua nova função como Director das Relações Externas da F.C. Porto, SAD onde vai ser responsável pelas relações com as diversas entidades internacionais e pelo plano de relançamento da marca F.C. Porto não podia ser melhor entregue. Desejo-lhe as melhores felicidades.

Por isso lhe prestar hoje um grande homenagem é mais do que justo.